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quarta-feira, 25 de julho de 2012

Cidades com menor renda do país têm campanhas milionárias



A Notícia:
RIO - O bairro de Malvinas, em Araioses (MA), não tem água encanada nem esgoto, posto de saúde ou escola. Lá, 90% das casas são de taipa e sem energia elétrica. Em cada uma dessas moradias vivem de 5 a 15 pessoas. Na cidade, os candidatos à prefeitura estimaram os gastos de campanha em até R$ 4,3 milhões para disputar os votos de 31 mil eleitores. Araioses é uma das cem cidades com os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil onde, ao todo, os aspirantes ao cargo de chefe dos Executivos locais planejam gastar R$ 97,2 milhões na disputa.
Juntos, esses rincões de pobreza têm menos de 900 mil cidadãos cadastrados para votar. Na maioria dos casos, dois ou três candidatos concorrem às prefeituras. Mas, com tamanha estimativa de gastos, a projeção de despesa foi às alturas: R$ 110,84 por eleitor, dez vezes mais que a previsão no Rio (R$ 10,64). O valor chama atenção pois os municípios não contam com programas de TV, normalmente o maior custo na campanha, e a maioria têm eleitorado inferior a oito mil pessoas.
Assim como Araioses, Governador Newton Bello e Presidente Juscelino, também no Maranhão, integram a lista de cidades pobres que podem ter campanhas ricas. Os três municípios já tiveram até papel de destaque no comércio estadual, mas hoje são lugares carentes de tudo. A impressão que se tem é que lá o tempo parou.
— É uma cidadezinha pequena e atrasada — resume a aposentada Joana Silva, ao descrever Araioses, sexto pior IDH do país.
Cidade vive de catar caranguejos
De acordo com o Censo 2010, em Araioses 32% da população vivem mensalmente com uma renda per capita de até R$ 70, e quase metade dos domicílios não contam com abastecimento de água. Sem bons indicadores, o município orgulha-se da boa produção de caranguejos.
A apenas quatro horas de São Luís, Governador Newton Bello parece estar mais distante do que os 298 quilômetros que as separam. A cidade, com o 11º pior IDH do país, homenageia um ex-governador com fama de progressista, embora o município tenha estagnado nos tempos de Raimundo “Chapéu de Couro”, que dava nome à cidade até 1994. Ruas sem asfalto, casas de taipa e teto de palha ajudam a dar um ar de zona rural de tempos antigos. Lá, os candidatos a prefeito estimaram gastar R$ 3,6 milhões. Uma quantia considerável se for levada em conta o universo de eleitores cadastrados: 7.837. Se todos desembolsarem o que planejam, serão R$ 459,35 por eleitor.
Em Governador Newton Bello, quatro a cada dez moradores acima dos 15 anos são analfabetos. E em bairros paupérrimos, como São José, a situação não mudou em quatro anos, com ruas de terra e casas sem esgoto.
Na cidade de Traipu, a 188 quilômetros de Maceió, os três candidatos a prefeito prometem gastar juntos R$ 2,4 milhões, valor considerável para uma cidade de 15 mil eleitores. Apesar de estar à beira do rio São Francisco, a cidade foi arrasada pela seca, sem contar os casos de corrupção. Em cinco anos, segundo a Polícia Federal, foram desviados R$ 15 milhões dos cofres da cidade. Em Traipu, sete a cada dez pessoas não sabem ler e escrever. Quando as televisões não pegam por falta de sinal, os traipuenses se apinham para assistir a um festival de decisões judiciais que fez a pequena cidade perder três prefeitos em menos de um ano. Eleito em 2008, Marcos Santos (PTB) foi afastado e preso cinco vezes por diferentes operações da PF.
Fonte: O Globo


A opinião
Quando olho para uma notícia dessas, a primeira sensação não poderia deixar de ser a de indignação, mas, mais do que isso, me obrigo a comparar essa ocorrência com a de pessoas na áfrica, por exemplo.
Em uma das cidades citadas na reportagem, a renda média de cada um é de R$74 por mês. Enquanto diversas pessoas gastam 74, até mesmo 100 reais por dia – nada contra o consumismo, é apenas uma comparação –, e políticos fazem campanhas milionárias.
Como depois da revolta vêm sempre as perguntas, a primeira pergunta que todos fazem é: de onde sai esse dinheiro? A lógica nos leva a crer que uma população paupérrima como a das cidades de Traipu e Governador Newton Bello mesmo em seus maiores sonhos de fartura não conseguiriam pagar impostos o suficiente para tanto.
Investimento de empresas seria uma boa resposta, mas isso gera mais uma pergunta: Por que essas mesmas empresas não investem na população?
Por último, temos a seguinte pergunta: Será mesmo necessário um investimento tão grande em campanha? Infelizmente eu, você e a população dessas cidades ficaremos sem resposta talvez para sempre.
Quando há crises econômicas em países ricos, as classes elitistas se mobilizam, e a situação começa a ser resolvida. Mas e quando é o povo que está falido? A população é deixada de lado na ignorância. Dizem que um povo que não pensa não questiona, e está aí a prova de que isso é verdade.
Desejaria jamais ter lido uma notícia dessas, e, mais do que isto, desejaria que essa notícia jamais precisasse ser publicada.


domingo, 8 de julho de 2012

Que tal cotas sociais para o poder legislativo?

Cotas sociais para o poder legislativo

A discussão gerada pela implantação do sistema de cotas, sejam elas raciais ou sociais, para ingresso nas universidades públicas brasileiras é intensa e acalorada. Concordando ou não com a implantação desse sistema, é importante aproveitarmos esse "precedente" para democratizar o Brasil e reparar injustiças históricas de vez.
Os defensores do sistema de cotas falam sobre a urgente necessidade de democratização, universalização e aprimoramento do sistema educacional brasileiro. A nossa questão é: Por que não ampliar essa democratização para toda a sociedade brasileira?
Por que não criar um sistema de cotas para preencher as vagas do poder legislativo brasileiro e assim termos a realidade do nosso país na Câmara dos Deputados, tanto estaduais quanto federais, no Senado e nas Câmaras de Vereadores de todo o país?
Nós elegemos os nossos representantes, assim nada mais justo do que implantar o sistema de cotas sociais no poder legislativo brasileiro. 
No Brasil, são eleitos 81 senadores, 513 deputados federais, 1059 deputados estaduais e mais de 60.000 vereadores. Pelo sistema de cotas, essas vagas deveriam ser preenchidas levando em conta o perfil da sociedade brasileira.
Só para exemplificar, em 2010, cerca de 21% da população pertenciam as classes A e B, 53% pertenciam a classe C e 25% as classes D e E. Assim, a composição do Senado e das Câmaras deveriam respeitar esse percentual, havendo vagas para que os menos favorecidos possam ter voz e sejam capazes de lutar por direitos de toda uma classe.
Esse é apenas uma proposta incipiente. Se você concorda, divulgue essa ideia. Se discorda, mostre o seu ponto de vista. Acrescentem novas ideias, afinal o importante é movimentar o debate para fazer do Brasil um país menos desigual.

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domingo, 1 de julho de 2012

Rio de Janeiro é Patrimônio Cultural da Humanidade


O Fato:



Rio de Janeiro é Patrimônio Cultural da Humanidade

A cidade do Rio de Janeiro recebeu na manhã desse domingo (1/7) o título de Patrimônio Cultural da Humanidade durante a 37ª Reunião do Comitê do Patrimônio Mundial da Unesco, que aconteceu em São Petersburgo, na Rússia. 
A Ministra da Cultura, Ana de Hollanda, e o presidente do Iphan, Luiz Fernando de Almeida, acompanharam a votação. O Rio foi a primeira cidade a candidatar-se inteira a Patrimônio Mundial como Paisagem Cultural Urbana.
O Brasil tem ainda outros 18 bens culturais e naturais na lista de 911 bens reconhecidos pela Unesco.
Bens culturais: Conjunto Arquitetônico e Urbanístico de Ouro Preto, Minas Gerais (1980); Centro Histórico de Olinda, Pernambuco (1982); Ruínas de São Miguel das Missões, Rio Grande do Sul (1983); Santuário do Bom Jesus de Matosinhos em Congonhas, Minas (1985); Centro Histórico de Salvador, Bahia (1985); Conjunto Urbanístico de Brasília, Distrito Federal (1987); Centro Histórico de São Luís, Maranhão (1997); Centro Histórico de Diamantina, Minas (1999); Centro Histórico de Goiás, Goiás (2001); Praça de São Francisco em São Cristovão, Sergipe (2010).
Bens naturais: Parque Nacional do Iguaçu, Paraná (1986); Costa do Descobrimento, Bahia e Espírito Santo (1997); Parque Nacional Serra da Capivara, Piauí (1998); Reserva Mata Atlântica, São Paulo e Paraná (1999); Parque Nacional do Jaú, Amazonas (2000); Pantanal Mato-grossense, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul (2000); Reservas do Cerrado: Parque Nacional dos Veadeiros e das Emas, Goiás (2001); e Parque Nacional de Fernando de Noronha, Pernambuco (2001).
Fonte: Último segundo


A Breve Opinião:
É inegável que o Rio de Janeiro é uma cidade singular, agora, mais do que nunca, reconhecida pelo mundo inteiro. Cabe aos nossos governantes e a população carioca manter esse título, tornar essa cidade cada vez mais maravilhosa. 
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