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sábado, 25 de junho de 2011

Crise do Lixo

O Fato:

Crise do lixo volta a Nápoles, com 2300 toneladas nas ruas

Mais de 50 incêndios foram ateados ontem de madrugada pelos habitantes de Nápoles nos montes de lixo empilhados nos bairros da cidade, obrigando à atuação dos bombeiros. A crise agravou-se nos últimos dias, com a acumulação de mais de 2300 toneladas de sacos com resíduos nas ruas, incluindo no centro histórico.
Há meses que o lixo se acumula nas ruas e os napolitanos - cansados da situação - subiram o tom dos protestos. "É essencial e urgente intervir na aguda e alarmante deterioração com a crise do lixo em Nápoles", afirmou ontem o presidente italiano e natural da cidade, Giorgio Napolitano, pressionando o governo do primeiro-ministro Silvio Berlusconi para encontrar um solução.
A crise do lixo, que se repete esporadicamente há anos, é resultado de disputas políticas, de corrupção e da influência da máfia Camorra, que controla negócios do ramo de limpeza urbana na região. Já Berlusconi atribui o problema a políticos locais, mas muitos italianos consideram o seu governo como maior responsável. O autarca de Nápoles, Luigi de Magistris, que assumiu o cargo apenas há dez dias, ordenou na quinta-feira, como medida de urgência, que a recolha de lixo fosse feita 24 horas por dia e que os caminhões de limpeza sejam escoltados por guardas armados. Numa entrevista ao "La Repubblica", Magistris afirmou que existem "diversos meios que querem que Nápoles permaneça sepultada sob o lixo, seja para especular politicamente, seja porque respondem a interesses pouco lícitos".
"Berlusconi quer deixar que a situação apodreça para voltar a aparecer como o salvador da pátria", disse ao "El Mundo" uma porta-voz do presidente da câmara perto da praça municipal, cheia de sacos de lixo azuis e pretos. Já os estrangeiros na cidade não entendem bem o que se passa. "Há duas semanas dormimos aqui e estava tudo limpo, ontem voltamos e havia um cheiro insuportável e tudo estava a arder", contaram Helger Wiese, de Amsterdã, e Vanessa Englebert, de Bruxelas, ambos com 29 anos. Quem já está habituado ao espetáculo, e ri para não chorar, são os napolitanos: "Toda a política é suja e é igual quem vier, isto não tem solução", comentou o residente local Gigi, com o jornal espanhol. 


A Opinião:

O lixo é um problema para o qual a humanidade ainda não encontrou solução. Fala-se em reciclagem, mas são poucos os lugares no mundo onde se faz coleta seletiva. É a medida mais sensata, mas parece que não é rentável. Essa dedução vem do simples fato de ainda não existir uma grande empresa que viva da reciclagem.
Trata-se de uma questão tão importante que vira arma no jogo político, uma cidade limpa é atraente aos olhos dos turistas. Além disso, uma coleta bem feita diminui o risco de contrair doenças, diminuindo os gastos com saúde pública. 
A praticidade dos descartáveis vai cobrando o seu preço.

O Debate:

A coleta seletiva deveria ser obrigatória?

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